O deputado federal Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, foi entrevistado pelo jornalista Kennedy Alencar no programa “É Notícia” veiculado na madrugada de domingo (27) para segunda-feira(28), à 0h15, pela RedeTV!.
No terceiro bloco, aos 15 minutos de entrevista, o aprentador Kennedy Alencar pergunta a Odair Cunha sobre a proibição e regulamentação dos bingos no Brasil e o relator mostrou-se favorável em debater esse tema na CPMI.
Kennedy Alencar – Já que a gente falou muito do Carlos Cachoeira, queé um bicheiro, um contraventor conhecido, a legalização do bingo, a legalização do jogo no Brasil. Muita gente argumenta: olha o cidadão, até o Hélio Schwartsman escreveu na Folha de São Paulo na última sexta-feira uma coluna muito interessante, no caso ali a vítima ela participa, ela quer jogar, a vítima ajuda o criminoso, nesse sentido é diferente de uma vítima que não quer ajudar o criminoso, não concorda com o criminoso, a vítima está sujeita ali a um roubo é uma coisa. No caso o cidadão quer ir em um bingo, quer jogar. Eu pergunto para o Senhor: esse argumento de que legalizar o bingo seria melhor, porque você poderia cobrar impostos, tem a loteria que a Caixa federal, a Mega-Sena, ou seja, que faria sentido legalizar porque acabaria diminuindo a própria criminalidade.
Odair Cunha – Este é um tema que nós vamos debater na CPMI, vazer propostas. A princípio, eu compreendo que a legalização facilitaria a lavagem de dinheiro. Porque o grande problema não é o jogo em si ou a sua legalização, mas outros esquemas que poderiam ser acobertados pela legalização.
Kennedy Alencar – Esquentar o dinheiro do crime...
Odair Cunha – Por exemplo.
Comentário Sr.Magnho José do BNL: é necessário mobilizar o setor
A resposta do deputado federal Odair Cunha ao jornalista Kennedy Alencar no programa “É Notícia” da RedeTV!, nos obriga a duas reflexões sobre o tema.
A boa notícia, é a intenção do relator da CPI do Cachoeira em debater na Comissão a legalização do jogo, em especial dos bingos. Mas a má notícia é a falta de informação do parlamentar com relação a controles e fiscalização.
Caberá a Associação Brasileira de Bingos (Abrabin) e a Associação Brasileira de Loterias Estaduais (ABLE), apresentar ao relator e aos membros da CPI do Cachoeira, os devidos esclarecimentos sobre os modernos processos de controle das operações de jogos em outros países, que acolheram esta atividade em seu sistema jurídico. O ideal é que cada deputado receba um ‘memorial’ informativo, evitando que parlamentares como o relator da CPI, cometa o equivoco da entrevista ao afirmar “que a legalização facilitaria a lavagem de dinheiro”.
É totalmente equivocada a tese que a legalização do jogo acabaria favorecendo o crime organizado. Na verdade, ambiente propício às máfias é o atual, com o jogo ilegal movimentando mais que as loterias da Caixa Econômica Federal, sem nenhuma contrapartida para Estado e sociedade.
Discursos que usam patologia, lavagem de dinheiro e ausência de controle como argumentos contrários é parte do lobby dos que pretendem manter o jogo na ilegalidade.
fonte: BNL
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