Tinha um quadro no programa humorístico do Jô Soares, onde o personagem falava “tem pai que é cego...”, permita-me um paralelo “tem governo que é cego...e como é”. No recente noticiário é impossível não observarmos pelo menos dois pontos:
a) A reportagem do Fantástico informou que uma única pessoa (apostadora) perdeu mais de R$ 2 milhões em apostas em bingos. Ora, sabemos todos que os prêmios dos bingos são baixíssimos, quase irrelevantes se comparados com as loterias da CAIXA, e em quase 30 anos de atividade como empresário lotérico, com exceção do episodio do João de Deus, JAMAIS tive noticias de apostas individuais tão altas e em tão curto espaço de tempo nas loterias da CAIXA. Pergunto: por que o governo resiste a regulamentar a atividade e no mínimo dobrar a baixíssima arrecadação das loterias oficiais? Sinceramente considero absolutamente aquém do potencial do nosso mercado os R$ 10 bilhões/ano arrecadados atualmente pelas loterias oficiais, e que neste ano de 2012 já sinalizando queda no faturamento. Sou obrigado a fazer coro na resposta de muitos, o interesse na corrupção prevalece, o que é uma pena.
b) A enxurrada de notícias envolvendo o já famoso Carlinhos Cachoeira e suas ‘trilhardárias’ propinas e benesses aos ‘Waldomiros’ e ‘Demóstenes’ da vida, igualmente nos leva a concluir que o mercado de terminais de auto-apostas é farto em arrecadação e suficientemente rentável. Ou seja, se regulamentado fosse com regras sérias e rígidas além de pay-outs adequados, a arrecadação seria muito, mais muito interessante, e neste caso não dobraríamos a arrecadação possivelmente triplicaríamos ou até mais.
Conclusão: Os atuais R$ 4,6 bilhões destinados por ano aos programas sociais, que o governo geralmente comemora como grande feito, poderia se transformar em quase R$ 20 bilhões. Então só pode estar CEGO um governo que ignora este fato”.
Ricardo Amado Costa - Presidente do SINAL-MS – Sindicato dos Lotéricos do MS e Vice-Presidente da FEBRALOT.
Fonte: BNL
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