- Se há proibição, não há regulamentação, não há legalização, o que acontece? Há um incentivo à clandestinidade. Isso ficou provado, mais do que provado, desde a CPI dos Bingos até agora – observou.
O escândalo veio à tona depois da divulgação de gravação feita pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o mesmo Carlinhos Cachoeira que voltou agora ao centro do noticiário. Ele é suspeito de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás e foi preso pela Polícia Federal em 29 de fevereiro.
Escutas telefônicas indicaram contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e outros políticos. Após as denúncias, o senador deixou seu partido, o DEM, e começou a ser investigado pelo Conselho de Ética. A crise motivou a abertura da CPI do Cachoeira.
Mozarildo foi o vice-presidente da CPI dos Bingos, que teve como relator Garibaldi Alves – o presidente foi o ex-senador Efraim Moraes. Como lembrado por Mozarildo, o relatório final pediu 49 indiciamentos, incluindo 48 pessoas e uma empresa, a GTech, que prestava serviços à Caixa Econômica na área de loterias.
De acordo com Mozarildo, a nova comissão de inquérito poderá aproveitar as investigações que foram feitas pela CPI dos Bingos e explorar a questão mais ampla da corrupção que atinge todo o país. Embora o noticiário esteja citando apenas a empresa Delta nas denúncias de corrupção, ele disse ter certeza de muitas outras estão envolvidas.
Mozarildo recordou que um dos fatos correlacionados com a CPI dos Bingos foi a movimentação no governo da época para regulamentar os jogos. O ex-presidente Lula havia inclusive enviado um projeto de lei ao Congresso. Com base no entendimento de que a clandestinidade é negativa, ele ressaltou que o relator da CPI dos Bingos apresentou depois um projeto para fixar normas de exploração de jogos por estados e municípios.
- É bom dizer que, nas Américas (América do Norte, Central e do Sul), somente Cuba e Brasil não têm o jogo regulamentado – destacou Mozarildo.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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