segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Novamente, leitores do ‘O Globo’ e do 'Estadão' defendem a legalização dos jogos 02/10/2011 Bingos setembo 2011

Pela quarta vez, em menos de uma semana, a editoria ‘Dos Leitores’ do O Globo, e pela terceira vez, o Fórum dos Leitores do O Estado de S.Paulo veicularam no sábado e no domingo, cartas de leitores que defendem legalização dos jogos no Brasil. Das cinco manifestações, apenas uma é contrária, mas com aqueles velhos argumentos da incapacidade do Estado brasileiro em fiscalizar estas atividades. Confira pela ordem de publicação:

Sábado – 01.10.2011

Legalizar o jogo
A CEF explora dez loterias, com média de quase dois sorteios diários. A maioria dos estados tem suas raspadinhas que premiam com carros, casas, dinheiro, viagens etc. Alguns estados têm corridas de cavalo. Entretanto, governo e Congresso são contra a exploração de bingos, cassinos e até jogo do bicho, sob o argumento de que o jogo é proibido no Brasil. No caso deste último, embora proibido, os “banqueiros” que o exploram, travestidos de presidentes ou patronos de escolas de samba, frequentam sedes de governos e negociam desfiles, patrocínios públicos, numa relação promíscua. Se queremos faxinar, vamos começar pela quebra do monopólio estatal da exploração do jogo e liberar geral. Ernani Alves Braz Filho - Rio (Dos Leitores - O Globo - 01.10.2011)
Legalização dos jogos
Não aguento mais ver e ouvir notícias lamentáveis e tristes de pessoas que não conseguem ter atendimento em hospitais públicos. Pelo que eu sei, a saúde faz parte da Seguridade Social, onde se diz que ela (a saúde) é universal, direito de todos. Infelizmente, não é isso que acontece, pois o que mais parece é que a saúde é dividida em dois grupos: de ricos e pobres; e quem paga logicamente é o pobre, sem atendimento, sem leito, sem ambulância, sem UTI... E esta semana morreu mais uma vítima: Gabriel Santos de Sales, jovem que passou por cinco hospitais no Rio de Janeiro para ser atendido. Vamos inverter esse quadro, dando mais seriedade aos fatos; Será que é tão difícil tomar algumas iniciativas em pró da saúde? O que estão esperando para "legalizar os bingos e cassinos"? Pois seria uma alternativa de socorro à saúde. Concordo plenamente com o governador Sérgio Cabral, defendo a legalização do jogo sim, para financiar a saúde. É hora de deixar as hipocrisias de lado, pois em um país, onde há várias loterias, várias raspadinhas, por que não legalizar os bingos? Sidineia Cunha dos Santos sidineia.cunha@hotmail.com - Duque de Caxias (RJ) (Fórum dos Leitores - O Estado de São Paulo - 01.10.2011)

Ajuda para a saúde
Amigos venho através desta carta pedir aos senhores que nos ajudem a melhorar a área da saúde! Estamos vendo gente morrer dentro de carro na porta dos hospitais por falta de maca, estamos vendo pessoas rodarem por três horas de dentro de uma ambulância porque hospitais não estão preparados para receber pacientes ou por falta de médicos, aonde vamos para com isso?
Esta na hora de acordamos para a vida, todo mundo está vendo e presenciando o caos que está a área da saúde e ninguém toma uma providencia, mas enfim parece que a nossa presidenta está querendo fazer algo para nos tirar desse mar de lama que vive a área da saúde, agora está ai a emenda 29 foi votada e a questão é de onde tirar dinheiro para financiar esse setor? Precisamos da união de todos os senhores para que possamos conscientizar nossos políticos que precisamos de um bom atendimento em hospitais e não de mais impostos, a solução está na nossa frente, ao invés de criarem novos impostos, vamos aproveitar para acabar com a ilegalidade dos jogos de azar, vamos legalizar o jogos no nosso país! E com isso vamos arrecadar dinheiro para financiarmos área da saúde, com o jogo legalizado vamos melhorar a área da saúde, vamos gerar milhares de empregos, vamos arrecadar com o turismo, e com o jogo legalizado está vidente que a corrupção nesse setor tende acabar, será que a legalização dos jogos de azar não nos trás mais benefício do que ficarmos com hipocrisia dizendo que a legalização gera lavagem de dinheiro é contrabando? Vamos pensar direitinho antes de criamos impostos para um povo sofrido, que já se mata de trabalhar para pagar taxas e mais taxas, vamos dar a esse mesmo povo o direito de ter uma saúde digna, o direito de trabalhar e também o direito de escolha para que ele possa escolher como se divertir! Renato dos Santos paulistanoemrecife@hotmail.com, São Paulo - (Fórum dos Leitores - O Estado de São Paulo - 01.10.2011)

Domingo – 02.10.2011

Legalizar o jogo
Amanhã, dia 3/10, a Lei de Contravenções Penais completa 70 anos de vigência, e o cenário proibitivo não alterou a questão da ilegalidade do jogo no Brasil. Os países mais ricos do mundo, onde o jogo é regulamentado pelo Estado, transformaram essa atividade em fonte de receita para investimentos sociais, bem como em importante instrumento de criação de empregos. É imperativo que a sociedade discuta a necessidade de legalização dessas modalidades para retirá-las das mãos dos operadores ilegais, a exemplo do mundo civilizado. Com o jogo legalizado ganham o país e a sociedade! Magno José Santos, Rio
A legalização do jogo no Brasil deve ser contemplada com urgência e maturidade. A urgência serve para amparar e proteger os milhares de apostadores que todos os dias jogam. O jogo no Brasil é, hoje, explorado clandestinamente, deixando milhões de reais nas mãos dos empreendedores todo mês e sem pagar impostos que poderiam muito bem ser destinados à Saúde. Tratar esse tema com maturidade é deixar de lado a hipocrisia, taxar essa atividade, criar mecanismo de controle, socorrer a Saúde com imposto gerado pela atividade, lembrando que não seria a solução para o setor, mas uma viável opção para ajudar a custeá-lo até que se criem outras fontes. Josué Araujo Ribeiro, São Paulo, SP (Dos Leitores - O Globo - 02.10.2011)

Nota do editor do Blog:  Entre todas as cartas, apenas uma manifestação contrária. Comento ao final...

Legalizar o jogo no país como meio de criar vagas no mercado de trabalho e ampliar o turismo, bem como tributá-lo para a obtenção de recursos para a Saúde, não procede. A criação da CPMF é um exemplo da incompetência do governo em gerenciar tributos, bem como a Taxa de Incêndio no nosso estado. Comparar a proposta do jogo no Brasil com o existente em Las Vegas é um erro elementar, pois lá é um deserto e o jogo é explorado em hotéis-cassino luxuosos, com atrações espetaculares. O jogo é fiscalizado pela Comissão de Jogos do Estado de Nevada, que regula desde a confecção de fichas até o licenciamento de funcionários, e pelos próprios cassinos. Sua vigilância é total, com câmeras que tudo gravam. O nosso país, com elevado índice de corrupção, conseguirá uma efetiva estrutura de fiscalização do jogo? Só para os que acreditam em Papai Noel. José Augusto Barros Caputo, Rio. (Dos Leitores - O Globo - 02.10.2011)

Comento a manifestação contrária: 
É uma falácia dizer que o Estado não tem condições de controlar e fiscalizar os jogos de azar. A Caixa Econômica Federal controla online de Brasília mais de 33 mil terminais instalados em 11 mil lotéricas de 4.437 municípios. A Receita Federal tem um dos sistemas de controle do Imposto de Renda através da Internet mais competentes do mundo e a Justiça Eleitoral controla 420 mil urnas eletrônicas e divulga o resultado em apenas 5 horas. Ou seja, com toda tecnologia disponível, chega a ser risível o argumento que estas atividades são propícias a lavagem de dinheiro. Se até os contraventores controlam suas operações online e real time, como o Estado não terá condições de controlar estas modalidades legalizadas? É um grande atestado de incompetência a manutenção do status quo de ilegalidade, que em nada contribui para a sociedade.
Fonte: BNL

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