sábado, 31 de outubro de 2015

Comissão Especial começa a definir futuro do jogo no Brasil

Se um operador internacional estivesse assistindo a sessão de instalação da Comissão Especial sobre o ‘Marco Regulatório dos Jogos no Brasil’ na tarde desta quarta-feira (28), no Plenário I da Câmara dos Deputados, com certeza ele não entenderia o motivo de o jogo ainda não estar legalizado e regulamentado no país. Durante uma hora e quarenta e cinco minutos, 26 deputados se revezaram em enumerar os motivos e as vantagens do jogo legal. Confesso, que até mesmo o editor desta Coluna teria dificuldades em elencar tantos argumentos favoráveis ao longo deste tempo.

Formada por 52 membros entre titulares e suplentes, a sessão presidida pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), começou com um quórum de 25 deputados, que foi se ampliando ao longo da reunião. Logo após a instalação oficial, os parlamentares elegeram através de voto secreto e por unanimidade o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) como presidente, que designou o deputado Guilherme Mussi (PP-SP) como relator da Comissão Especial (conheça o deputado). O próprio presidente revelou que o consenso foi construído a partir de um amplo acordo político entre os membros do colegiado.

Inicialmente, Elmar Nascimento agradeceu a confiança dos parlamentares e destacou que a Comissão tem a responsabilidade de produzir uma legislação moderna e que vai contar com as sugestões dos membros do colegiado para aperfeiçoar o Marco Regulatório. Disse também que não abre mão de ouvir os técnicos do governo e que vai tentar evitar os “erros do passado”.

O presidente também informou que na próxima reunião, que será realizada na quarta-feira (04), em Plenário a ser definido, haverá a eleição dos vice-presidentes, apresentação do roteiro dos trabalhos e votação dos requerimentos para a Audiência Pública.

Depois de empossado, Guilherme Mussi agradeceu a confiança do presidente e dos membros do colegiado e comentou sobre a responsabilidade de produzir um texto moderno que vai definir o marco regulatório deste setor. Disse também que conta com a colaboração de todos os membros.

Em seguida, todos os deputados presentes saudaram os eleitos para conduzir os trabalhos do colegiado e defenderam a legalização de TODAS as modalidades de jogo. O sempre criticado ‘brasileiríssimo’ jogo do bicho recebeu elogios pela seriedade de sua operação e no pagamento dos prêmios aos ganhadores pelo deputado Mauro Pereira (PMDB-RS). O autor do requerimento de criação da CE, deputado Nelson Maquezelli (PTB-SP) revelou que todos os anos mais de 200 mil brasileiros viajam ao exterior apenas para jogar em cassinos. Além disso, destacou a importância da arrecadação com a atividade e os novos empregos que poderão ser gerados.

O deputado Silvio Costa (PSC-PE) pediu agilidade na apresentação do relatório. Sugeriu que o prazo de 40 sessões (cerca de 13 semanas) para apresentação do relatório fosse antecipado para cinco, para que a proposta vá ao Plenário ainda este ano. Elmar Nascimento destacou a importância da presença do vice-líder do governo na Comissão pelo fato garantir diálogo com o governo através de Silvio Costa.

O deputado João Carlos Bacelar defendeu a legalização e comentou sobre a hipocrisia reinante e que nós somos os maiores “exportadores de jogadores” do mundo.

Duas surpresas positivas...
Para o BNL as duas surpresas positivas da Comissão Especial foram as manifestações dos deputados Alfredo Kaefer (PSDB/PR) e Marcos Reategui (PSC/AP).
O deputado Alfredo Kaefer tinha votado ‘não’ na Subemenda Aglutinativa às emendas de Plenário ao Projeto de Lei 2944/04 (‘Projeto do Bingo’), em 14 de dezembro 2010 e nesta quarta-feira (28) fez um discurso contundente defendendo a legalização e citou os brasileiros que gastam dinheiro nos cassinos das fronteiras e os voos charter de jogadores que viajam para apostar em outros países.
“Eu penso que o realismo tem que superar a hipocrisia e fazer com que nós possamos instalar [cassinos] em locais estratégicos e locais de turismo ou no Nordeste, como fazem os Estados Unidos em Las Vegas”, comentou.
Sobre o jogo do bicho, o parlamentar defendeu que seja legalizado com a maior “informalidade e simplicidade possível” e que os recursos desta modalidade fiquem com os municípios. “O jogo do bicho é da cultura brasileira e ninguém vai conseguir tirá-lo e nós temos que dar uma estrutura e uma legalização mais simplista possível”.
Outra grata surpresa foi a manifestação do deputado Marcos Reategui (PSC/AP), que é delegado da Polícia Federal e além da manifestação favorável a legalização, registrou como a Polícia Federal fiscaliza a segurança privada de todas as agência bancárias espalhadas pelos milhares de municípios do país. “Este argumento [ausência de fiscalização] não se sustenta”, comentou.
Assista aos vídeos dos membros da Comissão Especial
Os assinantes interessados em assistir aos vídeos com a intervenção dos 26 deputados poderão fazê-lo através deste link do site da Câmara dos Deputados.
***
No mais...
Esta quarta-feira foi um dia muito especial para os defensores da legalização deste setor, pois foi mais uma etapa do processo de criação do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil.
Ficamos orgulhosos em assistir as manifestações positivas dos parlamentares, com dados extraídos das reportagens do BNL e dos estudos produzidos em parceria com o Instituto Jogo Legal – IJL. Mas o mérito desta etapa deve ser compartilhado com vários atores que estão trabalhando pela legalização do setor no país. Estamos avançando.
por Magnho José - Fonte BNL

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Projeto de lei que cria hotéis-cassino em unidades de conservação já tem relator

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos – CAE, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), designou na última quarta-feira (14) o senador Telmário Mota (PDT-RR) como relator do Projeto de Lei do Senado nº 595/2015, que permite o funcionamento de hotéis-cassino em unidades de conservação com a finalidade de estimular o ecoturismo e garantir a preservação ambiental. A proposta é de autoria do senador Donizeti Nogueira (PT-TO).

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Brasil possui mais de 2 milhões de jogadores de pôquer online

Em 2012, o pôquer foi reconhecido pelo Ministério dos Esportes como esporte da mente, que exige inteligência, capacidade e habilidades intelectuais e comportamentais e incluiu a Confederação Brasileira de Texas Hold’em como entidade esportiva representante da modalidade. Desde então, o esporte vem crescendo no Brasil e já conta com 2 milhões de jogadores online, número 2.000% maior do que em 2006, segundo o site da entidade.

De acordo com Leonardo Baptista, fundador e CEO do Betmotion – maior site de apostas e jogos online da América Latina – o pôquer é responsável por 15% do faturamento da empresa, que gira em torno de US$ 1 milhão por dia.

“Para se dar bem nos jogos e ganhar dinheiro não existe uma receita mágica, a disciplina é a melhor estratégia para ganhar dinheiro. A principal etapa seria ter um enorme controle do seu volume de dinheiro permitido pra jogar em determinado período. O jogador precisa ter controle de ganhos e perdas durante o jogo”, explica Leonardo Baptista.

Além do pôquer, o site oferece diversas opções de jogos nas seguintes categorias: Esportes (futebol, tênis, basquete, voleibol, hóquei no gelo, beisebol, futebol americano, rugby, handebol, futsal, golfe, sinuca, dardos, esportes de inverno, futebol australiano, ciclismo, esportes motorizados e artes marciais mistas); Cassino (roleta, jogos de mesa, blackjack e pôquer) e Bingo (bingo, keno e raspadinhas).
fonte: BNL

Cassinos, um negócio bilionário

Defensores dizem que, além da arrecadação de impostos, cassinos empregariam quem trabalha para o jogo do bicho, por exemplo

A regulamentação dos cassinos, discutida pelo governo federal, pode levar a uma arrecadação anual de até R$ 60 bilhões de faturamento bruto para as casas de aposta, além de R$ 20 bi em impostos, segundo estimativas.

“Estimamos que o jogo ilegal empregue cerca de 450 mil pessoas no Brasil. Essas pessoas passariam para o mercado legalizado, que teria outras 150 mil vagas para garçons, crupiês, seguranças e outros profissionais nos cassinos” diz Magno José, presidente do Instituto Jogo Legal.

Outros setores como os hotéis, que no passado funcionaram em parceria com as casas de apostas, aguardam o avanço da discussão sobre os jogos visando minimizar os efeitos da crise econômica.

“Compensaria as perdas de 22% que os hotéis tiveram no Espírito Santo até agosto, se comparado ao mesmo período do ano passado”, afirma Renato Luiz Ojeda, presidente da regional capixaba da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-ES). Segundo ele, Guarapari, Pedra Azul e a Grande Vitória têm perfil para sediar esses empreendimentos.

Sorte e trabalho duro
Veja algumas profissões e curiosidades dos cassinos:



Agente de vigilância

Postado em local com visão panorâmica, ele enxerga todo o salão na intenção de flagrar trapaças contra o cassino, também sendo ajudado por câmera.

Caixa

Lidando diretamente com as transações financeiras, o caixa, normalmente, é quem converte a troca do dinheiro dos apostadores em fichas para participar.

Pit Boss

Ele é o empregado que supervisiona os jogos e a conduta dos outros funcionários. Acima dele está o diretor de jogos, que coordena a segurança da casa, e atende clientes VIPs.

Crupiê/dealer

É o empregado dos cassinos que fica responsável por operar as mesas de apostas, distribuindo cartas, fornecendo dados.

Mais vagas

“Estimamos que, para cada cassino aberto no Estado, surjam de 30 a 40 vagas para artistas e técnicos como os de luz e som, contrarregras e maquiadores ”, diz Verônica Gomes, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Espírito Santo (Sated-ES).

Viciada

Em 1873, o engenheiro inglês Joseph Jaggers estudou resultados de uma das roletas do Cassino de Mônaco e descobriu que ela estava desequilibrada. Ele ganhou U$S 400 mil apostando em números onde a probabilidade de a bolinha cair era maior.

Dominador

Dominic Loriggio ficou conhecido – e foi banido de alguns cassinos – em Las Vegas como o “dominador”. Ele criou uma técnica para se aproveitar da Física e arremessar os dados em um ângulo que aumentava as chances. Loriggio vende um DVD duplo, ensinando sua técnica, por 300 dólares.

Decepção

Um apostador foi “enrolado” por uma máquina caça-níqueis na Áustria, em 2011. O equipamento anunciou a vitória de Behar Merlaku, mas, ao pedir o resgate do prêmio de U$S 57 milhões, ele foi informado pelo cassino que tudo não passou de um “erro de software”.

Fraude

A probabilidade de conseguir a melhor mão no pôquer é de apenas 0,000154%. Diante de tal dificuldade, cassinos americanos desconfiam que o campeão mundial Phillip Ivey Jr tenha fraudado cartas do jogo, obtendo vantagem em sucessivas vitórias, em 2012.

Duelo

Apaixonado pelo blackjack, ou 21, o cantor americano Frank Sinatra também era dono de um cassino. Diz a lenda que, ao tentar desbancar um famoso jogador em Las Vegas, o cantor perdeu sucessivas vezes. Impressionado, Sinatra empregou o desafiante em seu cassino.

A sombra do vício

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 3% das pessoas que jogam atrasam suas contas por causa dos jogos e 2% dos jogadores são, de fato, doentes, viciados em jogo.

Fontes: Adriano Pratti (matemático), Magno José (presidente do Instituto Jogo Legal), Renato Luiz Ojeda (presidente da ABIH-ES), Verônica Gomes, presidente do Sated-ES, advogados tributaristas: João Cláudio Gonçalves Leal e Samir Nemer; economistas: Antônio Marcus Machado, Arilda Teixeira e Mário Vasconcellos, e pesquisa AT) (A Tribuna Vitória – Economia – Texto: Fábio Andrade – Arte: André Félix)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ministério do Esporte coloca pôquer no Brasil bem perto da regulamentação

Ministério criará um grupo de trabalho para regulamentar o pôquer como esporte no país

O momento que todos os jogadores de Poker do Brasil esperavam finalmente está chegando. Nunca o esporte esteve tão perto de ser regulamentado. Os mais de quatro milhões de praticantes do esporte nunca tiveram dúvida sobre a legalidade do jogo. Desde que a CBTH foi criada para dar suporte e todo apoio aos clubes e jogadores, ninguém imaginava mais que estava exercendo alguma atividade ilícita, que precisaria ser feita às escuras.

Mas a regulamentação nunca veio. Nunca a legislação brasileira foi clara. Óbvio que desde a inclusão do poker como esporte da mente pelo Ministério do Esporte, tudo ficou ainda melhor, mas os jogadores e Confederação queriam mais. Queriam a regulamentação para que nada mais ficasse escuso.

A partir de hoje um grande passo foi dado nesse sentido. O maior passo até agora. O Ministério do Esporte – órgão do Governo Federal responsável em construir uma Política Nacional de Esporte – através da Secretaria Nacional do Esporte de Alto Rendimento vai criar um Grupo de Trabalho para analisar toda legislação brasileira que rege esse esporte da mente, que é reconhecido pela Federação Internacional dos Esportes da Mente (IMSA) e é jogado por milhões de pessoas por todo o Brasil.

A frente de todo esforço, está Igor Trafane, o Igor Federal, que destaca o tamanho do passo. “Demos um importante passo para regularizar o poker no Brasil depois de muitos anos de trabalho. Ainda temos uma longa trajetória pela frente até o resultado final deste grupo, mas, tenho certeza que nós, os milhares de apaixonados, queremos praticar um esporte da mente com dignidade, como atividade social, que gere entretenimento, emprego, renda, turismo, engajamento e divisas para o país. Estamos muito felizes. Essa é uma vitória não só minha, da CBTH, mas de toda comunidade do poker nacional” comemorou

Federal completa: “O poker é uma atividade legal, mas precisa de um regulamento claro para crescer. Só assim poderemos atrair grandes empresas para investir. É algo que vai gerar receita para o governo, um plano de carreira ou regimento civil para os jogadores e dar suporte aos trabalhadores que ingressarem nesse segmento. ”

Federal não quis especular sobre o que vai acontecer na sequência, mas disse ter confiança nos próximos passos e tem certeza de que o melhor está sendo feito para o esporte.

A campanha conta ainda com uma movimentação nas redes sociais com a mobilização das pessoas que apoiam a regulamentação do poker no Brasil, por meio do uso das hashtags #PokerLegal #ParabensMinisteriodoEsporte e envios de e-mails de agradecimento como forma de agradecer a iniciativa do Ministério do Esporte na criação desse grupo de trabalho.

Veja aqui o vídeo com a íntegra do anúncio do presidente da Confederação Brasileira. (Com SuperPoker)
fonte: BNL

A importância da unificação do discurso sobre o jogo

Definitivamente, o debate sobre a legalização do jogo está recolocado no Congresso Nacional e na mídia. Como estudioso deste setor estou presenciando um momento único ao longo dos últimos anos: a unificação das informações e do discurso sobre o jogo e o envelhecimento dos argumentos dos opositores.
A unificação deste discurso deve-se ao trabalho da diretoria do Instituto Jogo Legal - IJL, que ao longo de 18 meses, visita semanalmente deputados e senadores para apresentar a entidade e os números do setor.
Outra constatação é que nunca se pesquisou tanto sobre o tema. Atualmente, três ministérios, universidades, fundação, economistas e pesquisadores estão produzindo algum tipo de estudo sobre o tema. Isto é importante para que desmistifique este setor e reduza o preconceito.

Estudo do Ministério do Turismo sobre cassino

A unificação das informações do mercado de jogo do país ficou muito cristalina nesta quarta-feira (8), durante visita da diretoria do IJL ao gabinete de um senador favorável à legalização do setor. A assessoria do parlamentar apresentou um estudo do Ministério do Turismo sobre o setor de cassino e, para nossa surpresa, boa parte das informações e imagens do trabalho tinha origem no estudo do IJL e nas páginas do BNL.

Deputado Bacelar brilha em debate com Luiz Carlos Hauly

O programa ‘Brasil em Debate’ exibido na noite desta quarta-feira (8), pela TV Câmara, promoveu um debate sobre a legalização do jogo entre os deputados Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e Bacelar (PTN-BA). Durante 30 minutos, os dois parlamentares debateram sobre os aspectos positivos e negativos que envolvem a liberação do jogo.

A performance do Deputado Bacelar é surpreendente, pois Luiz Carlos Hauly sempre se posicionou contrário e com frequência usa os debates para desfilar as mazelas e satanizar a legalização deste setor. O problema é que os argumentos usados com frequência sobre lavagem de dinheiro, patologia e falta de controle estão perdendo força, principalmente quando se encontra um parlamentar comprometido com o jogo legal e que conhece as ‘vacinas’ para estas mazelas. Este foi o caso do Deputado Bacelar, que já foi visitado pela diretoria do IJL em pelo menos três oportunidades.

No meio do debate, o deputado Luiz Carlos Hauly chega a admitir a legalização do jogo do bicho pelos estados e que o debate sobre a legalização é saudável para o parlamento. Vale uma conferida!

Debate na Rede TV

Em outro debate, promovido pelo programa ‘Debate Brasil’ da Rede TV e que vai ao ar às segundas-feiras, às 1h30m, o senador Wellington Fagundes (PR-MT), que era o relator do projeto do PLS 186/2014 (Ciro Nogueira) na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) discutiu o tema com o deputado federal Ronaldo Nogueira (PTB-RS). Já neste embate, o senador Wellington Fagundes não foi bem, principalmente pelo fato de não estar preparado e comprometido como o Deputado Bacelar.
por Magnho José
Fonte BNL

sábado, 10 de outubro de 2015

TV Câmara: Deputados debatem sobre regulamentação de jogos de azar

Para os defensores da legalização, atividade criaria cerca de 400 mil novos empregos, mas há quem argumente que a regulamentação dos jogos poderia ser usada para lavar dinheiro do crime.

Em busca do equilíbrio fiscal, o Governo Federal tirou da cartola a ideia de legalizar os jogos de azar, sejam bingos, cassinos ou pela internet.

Para os defensores da legalização dessa atividade, além de render cerca de R$ 18 bilhões ao ano, seriam gerados pelo menos quase 400 mil novos empregos.

Mas há quem argumente que essas atividades estimulam o vício e podem ser usadas para lavar dinheiro do crime. Quem está certo?

O Brasil em Debate, que tem apresentação de Vania Alves, discute o assunto com os deputados Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e Bacelar (PTN-BA). Clique aqui e assista ao debate.
fonte: BNL

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Donos de antigos bingos se preparam para reabrir casas

Setor vê como real sinalização dada pelo governo federal de legalizar atividade para arrecadar mais

Se depender da aposta de alguns empresários, os jogos de azar serão legalizados em breve. Pelo menos é o que espera a Abrabin (Associação Brasileira de Bingos), que reúne ex-donos de 1.200 bingos que existiram no país até 2007, quando as casas foram fechadas.

“Para nós, a legalização é mais do que esperada. Nossa expectativa é que o jogo será legalizado no Brasil”, afirmou o presidente da Abrabin, Olavo Sales da Silveira.

O assunto voltou ao debate na semana passada, quando o governo Dilma Rousseff (PT) sinalizou a possibilidade de legalizar bingos, cassinos, caça-níqueis e até o jogo do bicho para, com arrecadação de impostos, aliviar o rombo nas contas públicas.

Pelas contas da Abrabin, sem apresentar qualquer fundamento, seriam R$ 18 bilhões ao ano com a arrecadação de impostos, além de gerar 600 mil empregos.

‘A legalização dos jogos não é uma questão de resistência [de setores do governo], e sim de prioridade. Não chegava a vez dos bingos nunca. Agora chegou. O que mudo foi a prioridade.”

Silveira era dono do Bingo Augusta, na rua Augusta, na região central, um dos 137 que foram fechados na capital entre 2006 e 2007, e já trabalha com a possibilidade de reabrir uma nova casa na mesma Augusta, onde tem um terreno.

Custo da ilegalidade

Segundo o presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, Magno José, mais e 90% dos empresários que trabalham com jogos de azar querem a legalização. Um dos motivos é o “custo da ilegalidade”. Ou seja, pagar propina aos agentes públicos está ficando caro.

Para se ter uma ideia do jogi ilegal no Brasil, uma pequisa realizada por Magno mostra que são mais de 350 mil máquinas de caça-níqueis nas ruas, 250 bingos clandestinos e mais de 20 milhçoes de apostas diárias somente no jogo do bicho, que movimentariam cerca de R$ 20 bilhões por ano.

“Não dá para tapar o olho para o jogo no Brasil. O que está antecipando esse debate é o momento econômico”, afirmou.

Prédios ganham novas funções

Prédios que até 2007 abrigavam luxuosos bingos na capital têm hoje outra função. Dos sete endereços visitados pela reportagem na semana passada, apenas o Bingo Imperador, na avenida Sumaré, em Perdizes (zona oeste), permanece fechado desde que encerrou a atividades, há oito anos.

O prédio tem 3.472 m2 de área construída, 25 metros de frente, 70 vagas para carros e está para alugar por R$ 240 mil por mês, além do IPTU de cerca de R$ 25 mil.

Até 15 dias atrás, o prédio do Bingo Pamplona, nos Jardins (zona oeste), também estava fechado. Foi aberto como estacionamento, mas ainda tem equipamentos e móveis que lembram os tempos áureos da casa de apostas. Na fachada, é possível ler o nome do bingo marcado pela poeira, e o painel eletrônico ainda está no mesmo lugar. “E o dinheiro passava por esse tubo”, disse o manobrista, que não se identificou, ao apontar o local por onde a grana das apostas passava.

O luxuoso prédio do Bingo Imperatriz, no Paraíso (zona sul), também teve vo destino recentemente. Desde 1º de setembro é uma concessionária de veículos.

Os prédios dos bingos Augusta e Metrópole agora são lojas de produtos para animais. E o imóvel do Circus Bingo, na avenida Ibirapuera (zona sul), será em breve uma loja de rede de roupas.

Já o prédio do Bingo Angélica (região central) agora abriga uma escola de dança de salão.

Funcionamento ficou anos em disputa judicial

O funcionamento dos bingos no Brasil é alvo de embates judiciais há anos. Em dezembro de 2001, o Superior Tribunal de Justiça passou a classificar a exploração de jogo de bingo como atividade ilícita.

Em 20 de fevereiro de 2004, o então presidente Luiz lnácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória proibindo o funcionamento de bingos, caça-níqueis e outras casas de jogos de azar em todo o Brasil.

Mesmo com a medida, alguns bingos, muitos deles em São Paulo, recorre am à Justiça e continuaram funcionando por força de decisão judicial. Mas em 2007, todas as asas foram fechadas na capital.

Congresso debate várias propostas

Vários projetos de lei que tratam da legalização dos jogos de azar tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado. A proposta do senador Ciro Nogueira (PP-PI) tem apoi de alguns empresários e já foi apresentada a integrantes do governo.

Pelo projeto, entre 60% e 70% do arrecadado com as apostas vai para a premiação, 7% para os Estados, 3% para os municípios e o restante, para a empresa autorizada a ex lorar a atividade.

Na Câmara, os deputados devem criar na próxima semana uma comissão especial do marco regulatório dos jogos de azar no Brasil. A ideia é discutir todos os projetos que tratam do tema e reunir em uma única proposta. Ainda não há previsão de data de votação dos projetos.

Setor já foi assunto em outra crise

O debate sobre a legalização dos jogos de azar voltou ao cenário nacional no momento em que o país atravessa uma crise econômica e política, e tendo como pano de fundo as denúncias de corrupção na Petrobras.

Coincidência ou não, em 2004, o país também enfrentava uma crise de credibilidade com a CPI dos Bingos, que acabou levando às investigações do mensalão e à prisão de vários políticos aliados ao governo. (Agora São Paulo - Regiane Soares)
fonte: BNL

Deputado quer legalizar jogos de azar no Brasil


Jogos de azar ou de divertimento? No Brasil, alguns jogos, mesmo tradicionais, não são legalizados, como, por exemplo, o velho conhecido jogo do bicho.

Entre os países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 75% têm o jogo legalizado e regulamentado. O jogo só não é regularizado entre os islâmicos, mesmo assim, Egito e Turquia já regulamentaram o jogo.

Entre os países do G-20, apenas três ainda não têm o jogo como atividade legal: Arábia Saudita e Indonésia, que são países islâmicos, e o Brasil.

Por isso, o deputado Paulo Azi (DEM-BA) apresentou um projeto para legalizar o jogo.
Apresentação - Paulo José Cunha
Fonte: camaranoticias

Assista ao vídeo clicando no link abaixo:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/PALAVRA-ABERTA/497472-DEPUTADO-QUER-LEGALIZAR-JOGOS-DE-AZAR-NO-BRASIL.html

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